Bullying Familiar

Fala-se muito sobre “bullyinhg escolar”, entre colegas, crianças e adolescentes (e acredite, professores), “bullying no trabalho”, entre funcionários e chefes e “cyberbullying”, nas redes sociais. Contudo, existe um outro tipo bastante comum, mas pouco abordado, ou melhor, minimamente reconhecido no meio social: o “bullying familiar”.
Presente em muitos núcleos, esse tipo de “tortura” nem sempre recebe a atenção que merece, por permear as relações de forma sutil e pouco visível àqueles que já se habituaram com a sua dinâmica. Independente da formação, a família na qual crescemos, normalmente, representa um alicerce de segurança, de proteção e gratidão. Por esse motivo, mesmo cientes dos possíveis altos e baixos, não raro, torna-se difícil para determinados integrantes, contestar algumas atitudes. Sobretudo, quando elas provém daqueles “privilegiados” hierarquicamente. Pais, tios, avós, primos e irmãos mais velhos (ou maiores), todos podem acabar – discretamente – causando abalos na criança ou no adolescente, sem necessariamente ter a intenção ou se dar por conta disso. Claro que, infelizmente, muitas vezes, nos deparamos com situações onde há o desejo de machucar, bater e lesionar. Mas, refiro-me aqui aos pequenos movimentos do dia a dia como: piadinhas, adjetivos, críticas, exposições e apelidos (pejorativos ou racistas), que desqualificam o pequeno, ou o jovem, podendo causar-lhe um profundo prejuízo na autoestima e no sucesso das relações (sociais, profissionais e amorosas), presentes e futuras. Dependendo da idade, ou da estrutura emocional, aquele que sofre o bullying pode acabar internalizando as ofensas como se fossem verdades e passar a (des)construir sua vida em cima de uma base instável. Estresse, depressão, baixo redimento escolar, psicossomatização, comportamentos violentos e suicídio, são algumas das possíveis consequências desencadeadas pela recorrência dessas condutas. Pais que elogiam mais os filhos dos outros do que os seus, por mais que façam coisas para impressionar, o filho dos outros são os melhores, ou um filho é melhor do que o outro, ou por ser diferente. Quando os pais reprendem  os filhos, quando ele vai falar o que aconteceu, mandam calar a boca num tom bem alto.
Como pode ver na novela Do Outro Lado do Paraíso, a personagem Stela, interpretada pela atriz Juliana Caldas sofre bullying pela mãe Sophia, interpretada pela Marieta Severo, que fica chamando de Monstrenga, tudo porque é anã, ou uma outra novela Cobras e Lagartos, o personagem Foguinho, interpretado pelo Lázaro Ramos era hostilizado pela família.
Não para por aí, no Filme Esqueceram de Mim, o Kevin sofre bullying com os irmãos e é hostilizado pelos pais e tios, para piorar ele fica de castigo, no dia seguinte sua família vai para França, e chegando lá, a mãe dá conta que esqueceu do Kevin. Na série Todo Mundo odeia o Chris, o personagem principal não sofre bullying pelo valentão da escola com na casa dele, a sua irmã Tonia adora infernizar ele.
O personagem Harry Potter foi criado com desprezo pelos tios, para piorar o primo fazia bullying com ele, até na série Jiraya havia bullying, pois o Toha era humilhado e sempre fazia serviços domésticos, e até um episódio em que a irmã dele o trata com desprezo quando ele perdeu a coragem ou então quando os outros irmão compram a comida e deixam ele sem na qual ele teve que preparar. 
Mas isso não acontece só com os filhos, pais sofrem bullying pelos próprios filhos, pela cor, profissão etc.  Tem filhos que dizem ter vergonha dos pais por serem pobres, falam que são caretas e tudo mais. Foi mostrado na novela Boogie Ooggie, onde a filha tinha vergonha do pai por ser porteiro, casos assim acontece. Nos desenhos da Disney mostra isso, no desenho Hércules, o personagem para pressionar o pessoal falava que Zeus era o seu pai, e negava a paternidade daqueles que o criou, ou o Max ter vergonha do Pateta que é o pai, pois achava ele atrapalhado demais.

Uma das atitudes que podem ser tomadas é a indenização, na esfera cível (danos morais), pois a honra da vítima é absolutamente abalada com o episódio. É possível, portanto, ingressar com uma ação, visando que o Poder Judiciário reconheça a atitude praticada e determine que seja fixado um valor visando amparar a vítima.
Outra solução pode ser vista na esfera criminal, onde, por meio de uma queixa-crime, a vítima possa buscar a condenação do autor do evento, atribuindo àquele o que o Código Penal chama de “injúria” (artigo 140). Tal crime visa coibir a ofensa à dignidade ou ao decoro (atributos físicos ou intelectuais). “Esse crime é denominado “comum”, podendo ser praticado por qualquer pessoa. É absolutamente irrelevante a falsidade ou a veracidade da imputação. A vítima pode ser qualquer um, desde que tenha condições de entender a ofensa”, completa João. Porém, ele reconhece que, em razão dos laços familiares, é difícil a procura da vítima para garantir seus direitos via justiça.




Fonte:
Santa Portal
http://santaportal.com.br/2306-bullying-tambem-pode-ocorrer-entre-os-familiares


Mãe de Guri
http://www.maedeguri.com.br/nao-e-apenas-um-apelido-carinhoso-e-bullying-familiar/


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