Você já viu um chester vivo?

O chester está presente na ceia de Natal da maioria dos brasileiros. Mas de onde vem essa ave que só aparece no fim do ano? Por causa do mistério que gira em torno do animal, muitas teorias mirabolantes surgiram. Já falaram que a ave é do Polo Norte, um cruzamento entre peru e pato. Outros já questionaram se ele tem ou não cabeça. Desvende abaixo todos esses mitos.
Ele é vendido desde 1983 pela Perdigão e foi lançado para disputar mercado com o peru da Sadia. Na época, as duas empresas eram concorrentes; hoje, ambas pertencem à BRF.
Há histórias que dizem que o chester chegou ao mercado devido à pressão da Perdigão fazer um produto que pudesse competir com o líder de vendas da época: o peru de Natal da Sadia. Isso teria acontecido em 1979.
Então, um dos executivos da Perdigão mandou dois técnicos aos EUA, que tinham a missão de voltar com uma solução para desbancar a concorrência. Os técnicos retornaram ao Brasil com linhagens de galinhas escocesas.
Depois de 3 anos de trabalho, em uma granja muito afastada e isolada, no interior de Santa Catarina, surgiu o chester.
A tal ave tem marca registrada e seu nome deriva da palavra inglesa chest, que significa “peito”. Algum tempo depois, surgiu no mercado o “Fiesta”, que nada mais é que o chester da Sadia. Chester é um animal, mas não é uma espécie diferente de ave, como o peru ou o avestruz, por exemplo. É a mesma espécie que o frango convencional. Segundo Elsio Figueiredo, pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), é como o cachorro: existe o poodle e o pastor alemão; eles são diferentes, mas ambos são cães, da mesma espécie. De acordo com a Perdigão, foram feitos vários cruzamentos entre frangos com características específicas até se chegar a uma linhagem maior, com mais peito, a parte mais nobre da ave. O bicho tem 70% da carne concentrada no peito e nas coxas, segundo a fabricante. Seu nome vem de "chest", que significa peito em inglês.  O primeiro "frangão" foi importado dos EUA pela Perdigão em 1979 e, um ano depois, deu origem ao chester por meio de melhoramento genético. O uso dessa técnica é muito comum na indústria de alimentos, segundo Figueiredo. Ela é empregada há mais de 10 mil anos e funciona da seguinte forma: são selecionados para cruzamento os animais (ou plantas) com as características desejadas --por exemplo, maior resistência a doenças, maior produção de carne etc.. A ideia é transmitir essas qualidades aos descendentes, criando uma "versão melhorada" da mesma espécie. Por exemplo, plantas mais resistentes à seca, vacas que produzem mais leite ou... frangos com mais peito. 
No melhoramento, a mudança acon
tece por meio do cruzamento entre membros da mesma espécie ou de espécies compatíveis. É diferente do transgênico, quando a modificação no código genético precisa ser feita por meio de intervenção em laboratório.
De acordo com o pesquisador da Embrapa, não são usados hormônios para crescimento do chester nem das outras aves que consumimos. Primeiramente, porque o uso é proibido por lei no Brasil desde 2004.
Além disso, segundo ele, "não tem sentido", porque os animais são abatidos antes do tempo necessário para que as substâncias comecem a fazer efeito. Também tornaria a criação muito cara e não compensaria. 
Segundo a Perdigão, a alimentação do chester é 100% natural, baseada em milho e soja, sem "adição de qualquer tipo de medicamento, antibiótico ou hormônio anabolizante para aumentar o seu crescimento e desenvolvimento".
Um mito comum a respeito do chester é que, por ter o peito muito grande, o animal sofre durante a vida e não consegue nem andar.
Elsio Figueiredo afirma que o cruzamento de diferentes tipos de frango pode, sim, gerar anomalias e levar ao sofrimento do animal. Porém, segundo ele, os próprios produtores teriam interesse em evitar isso: um animal que não consegue andar direito tende a comer e beber pouca água, prejudicando seu crescimento e desenvolvimento, o que causaria prejuízo.

Outras marcas brasileiras vendem equivalentes ao Chester® com outros nomes, normalmente chamados de aves natalinas ou frango especial. É o caso do Fiesta, da Seara, e do Supreme, da Sadia. 
A Perdigão é proprietária da fórmula genética. Não são vendidos os ovos. O grande volume de vendas se dá no Natal. O restante do ano, este produto é exportado para 25 países.
Fonte:
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