SOS Comandos

Se lembram dessa música:
“Somos SOS Comandos
A luta do bem contra o mal
Vamos à cada aventura
Buscar a vitória final
Sempre unidos pra derrotar
A Gangue do Terror
SOS Comandos em frente!!”
Pois essa linha de brinquedo chegou a concorrer com Com andos em Ação da Estrela, e a Gulliver acertou em cheio, na verdade foi baseado nos filmes Comando para Matar e Keruak - O Exterminador de Aço, uma versão italiana de O Exermidador do Futuro, e essa linha de brinquedo fez muito sucesso com a garotada e essa coleção tem bastante fãs, e eles mal podem contar com a rede mundial. Não é piada, lisos. Foi praticamente impossível encontrar qualquer informação dessa produção nacional, até tive de recorrer a fóruns na internet, mas fiz também um apanhado do que eu sabia como colecionador, para tentar aproveitar a oportunidade e criar a maior gama de informações possível. Lançada quase no final dos anos 80 pela Gulliver, a linha tinha características bem interessantes. A começar pelo visual dos bonecos, cujo material era bem mais resistente do que o dos bonecos  da Estrela, já que eles tinham a cintura fixa, e o braço era de um material emborrachado, ou seja, você podia pôr as armas sem medo dos polegares quebrarem.

Num momento de sensibilidade e criatividade do período, a empresa acertou em dar aos seus bonequinhos soldados algo que raramente se vê em brinquedos de cunho militar hoje: personalidade, o que sem dúvida é uma das razões pela qual G.I.Joe fez e continua fazendo sucesso até hoje. A exemplo dos Joes, a história definia uma equipe do bem contra uma do mal: S.O.S Comandos contra a Gangue do Terror. Cada time, inicialmente, contava com quatro personagens. Do lado dos heróis tínhamos Cronos, Tony Turner, Willie Go White Billy; Os vilões eram Shark, Mattone, Bad Ninja  e Gladios. Cada equipe contava com um helicóptero, uma moto-triciclo e um helicóptero extra-individual acoplável ao boneco.
Outros detalhes interessantes dessa coleção eram as cartelas que traziam uma mini HQ com os personagens, até bem desenhada, e um papel timbrado com um telefone secreto, que permitia ao guri falar com os heróis. Eu cheguei a ligar uma vez, e quem atendeu foi o Willie Go.
O tempo passou e a familia cresceu, e lá pelos idos de 92, a coleção ganhou quatro reforços: do lado dos mocinhos, vieram Mister Jones e J.Dean; A Gangue do Terror foi reforçada com Captain Storm e o indescritível Marajá (vocês até viram o meu exemplar no Bonecopolis!). A cartela também trazia um adereço interessante, que era uma fachada de casa que podia ser usada como cenário.
A série ganhou também novos veículos, como uma lancha que funcionava com pilhas, e um carrinho de combate com dois lugares, cujo molde veio de outra coleção da Gulliver, as Guerras Secretas da Marvel. Até Jet-Ski e moto individual os caras ganharam.
Essa iniciativa da empresa fez com que o número de persongens crescesse ainda mais, entre 1995 e 1996, quando eles resolveram usar os moldes da coleção do Rambo (da mesma escala e estilo dos SOS), e aí surgiram Chucky, Dino (que era o Rambo loiro),Sgt. Hammer, Jackall, Mohican e Triturador, um dos únicos personagens negros da coleção ao lado de Tony Turner.
Vale ressaltar que, nas embalagens com veículos, vinha um aviso interessante: “Este veículos podem ser utilizados por bonecos de outras coleções. Ex: Super-heróis, Comandos, etc.” Ou seja, muito mais do que concorrência com os G.I.Joes, a Gulliver proporcionou aos colecionadores expandir as brincadeiras com novos personagens e novos veículos, mesmo sem os universos de Joes e SOS terem qualquer relação.

Também em meados de 1995, a Estrela parou a produção e lançamento dos Comandos em Ação, que voltaram recentemente às prateleiras das lojas, mas sem qualquer ligação com os bonecos originais da Hasbro, e francamente sem um pingo da originalidade que a coleção possuía nos anos 80 e parte dos 90. É talvez um grande fator diferencial de G.I.Joe em relação às outras coleções de soldados existentes hoje como World Peacekeepers, SWAT Force e outras: ter as linhas de bem e do mal definidas. Pode ser a melhor e mais bem feita coleção de bonecos, lisos, mas se o personagem não tem identidade própria, como um nome e uma história boba que seja, aquilo vira um produto vazio, desinteressante.
Infelizmente, a coleção dos SOS Comandos também rumou para esse caminho. Ainda em produção, a coleção está bem diferente. Apesar de rostos conhecidos como os oito bonecos originais, o corpo deles agora é relativamente maior do que o original, e seu material emborrachado deu lugar a um plástico mais duro.

Outro fator decepcionante da coleção hoje, além das armas desproporcionais e quase não-compatíveis com os bonecos, é a falta de uma história de fundo, os nomes dos personagens mal são mencionados, para não dizer que quase nem existe mais a diferenciação de heróis e vilões. Salvam-se os veículos, até bonitos com direito à um Humvee, e os adereços de cenários, como cercas de arame farpado, tambores de gasolina, entre outros. Além do preço mais acessível, cerca de metade do preço de um boneco simples dos atuais Joes nas lojas.
Da mesma forma Blaster virou White BillyLead-Head se tornou Bad NinjaPsycho foi chamado de GladiosStalker era chamado Shark, assim a Gulliver mudou todos os nomes de todos os personagens transformando a coleção em outra, sem nenhuma ligação direta com a original, provavelmente para economizar nos custos de licenciamentos da linha ligada ao filme:
Entre 1995 e 1996, a Gulliver usou também nos mesmos moldes algumas figuras da coleção do Rambo.

Fonte:
Sala de Justiça

100Grana

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