O Porco da Índia não veio da Índia


Apesar do seu nome comum, o porquinho-da-Índia não é suíno, tampouco indiano. O nome deve-se ao fato de, originalmente, provirem das chamadas "Índias Ocidentais" (atual continente americano), onde alguns povos andinos, no período da colonização espanhola da América, os criavam para deles se alimentarem. Atualmente, em alguns países — como o Peru —, ainda existe essa tradição, sendo um prato típico e apreciado na rica culinária local.
Os europeus tomaram contato com este animal desde o século XVI, ao atingirem os domínios do Império Inca. Os incas denominavam-no Cuy, por causa dos gritos curtos que emite. Eram criados para o consumo, desempenhando um papel importante na alimentação desse povo.
Ao chegarem à Espanha, os porquinhos-da-índia tornaram-se moda, vindo a espalhar-se por toda a Europa como animais de estimação. Originalmente o termo usado para designar esse roedor, através do latim científico com base na língua tupi antiga era cobaia, esse por extensão (e em sentido figurado), passou a designar o campo ou objeto de alguma pesquisa científica.

Segundo o tupinólogo Eduardo Navarro, o nome "cobaia" se originou da leitura errônea feita por Lineu do livro Historia Naturalis Brasiliae, de Marcgrave. Neste livro, Marcgrave escreveu a palavra tupi antiga saûîásobaîa (literalmente, o roedor (saûîá) da banda de além (sobaîa), ou seja, que não é originário do Brasil), que designava o porquinho-da-índia, sob a grafia CAVIA COBAIA. A leitura correta de CAVIA COBAIA é "çauiá çobaia", mas Lineu leu "cavia cobaia". Tal erro de pronúncia de Lineu gerou o atual nome "cobaia".
Para a explicação do seu nome em língua inglesa — guinea pig —, há duas hipóteses:
  • as embarcações inglesas, por fazerem escala na costa da Guiné, deram, às pessoas, a ideia de que os animais eram originários daquela região (e não da costa pacífica sul-americana);
  • os marinheiros ingleses cobravam, pelos animais, um guinéu, moeda de ouro utilizada à época.
Estes roedores são utilizados em estudos experimentais de laboratório desde o século XIX. Por isso, são, também, conhecidos como cobaias, termo que, por vezes, designa igualmente oshamsters e quaisquer animais utilizados em experiências laboratoriais.
Alimentação

Porquinhos-da-índia são animais totalmente herbívoros. Eles adaptam-se bem ao cativeiro e são alimentados com ração de coelho peletizada (porém não são recomendadas por haver uma alta quantidade de cálcio, vitamina D e falta de vitamina E, que podem causar grandes problemas ao organismo da cobaia) ou própria para o animal, feno ou capim deve estar sempre disponível, legumes (alface em pouca quantidade e não frequente, pois pode lhe causar diarreia e até levar à morte) e frutas frescas poucas vezes por semana.
Recomenda-se a introdução do brócolis e da couve-flor na sua alimentação algumas vezes por semana, por causa da quantidade de vitamina C que oferecem. É altamente recomendável que a alimentação do porquinho seja suplementada com vitamina C, pois sua falta ocasiona diversos problemas. Os porquinhos necessitam cerca de 20 miligramas por quilograma de vitamina C diariamente, aproximadamente duas gotas.
Alimentos novos para o animal devem ser-lhe apresentados aos poucos, uma de cada vez, observando-se a reação. Detalhe: a ração não deve ser a base da alimentação do animal. Retirar os alimentos oferecidos após 30 minutos quando não ingeridos.

Raça
Os porquinhos-da-índia apresentam uma grande variedade de cores e padrões, a saber:
  • Abissínio
  • Inglês


  • Ridgeback

  • Coroado

  • US-Teddy e Rex

  • CH-Teddy


  • Teddy Americano

  • Shelties e Coronet

  • Cuy Peruano


  • Lunkarya

  • Skinny

  • Baldwin

  • Andina

  • Inti

  • Angorá

  • Peruano


Como cuidar de um Porquinho da Índia


Faça ou compre uma gaiola grande o suficiente. Para um porquinho-da-índia, providencie uma gaiola de 0,7 m²; para dois, uma de 0,9 m². No entanto, uma gaiola maior será ainda mais confortável.
  • O fundo da gaiola deve ser sólido (não de arame, que pode ferir as patinhas frágeis do roedor).
  • Não é necessário uma gaiola com tampa se as paredes tiverem mais de 30~35 cm.
  • Se comprar uma gaiola com múltiplos andares, tome algumas precauções. Uma queda de apenas 15 cm já seria suficiente para ferir a pata de um porquinho-da-índia. Animais idosos jamais devem mantidos em viveiros de mais de um andar.
  • Coloque no fundo da gaiola vários centímetros de forro (como papel picado ou cepilho de álamo), que deve ser trocado duas vezes por semana (ou mais, se você vive numa região úmida). Jamais use forro de cedro, que provoca problemas respiratórios em porquinhos-da-índia.
Encontre um bom lugar para deixar a gaiola. Dê preferência a lugares visitados várias vezes por dia pelos membros da família — a sala de estar, os quartos e o corredor são excelentes opções, por serem os cômodos com maior fluxo de pessoas.
  • Por serem muito sensíveis à temperatura, veterinários recomendam que porquinhos-da-índia sejam criados dentro de casa (o que também tem a vantagem de permitir que eles tenham mais contato com os donos). No entanto, alguns especialistas ressaltam a importância de se expor os bichinhos à luz solar regularmente. A proporção entre o tempo que o porquinho passa dentro e fora de casa depende de uma série de fatores, incluindo o clima. Converse com seu veterinário para chegar a uma solução que atenda às necessidades específicas do seu animal de estimação.
  • Coloque a gaiola num lugar em que ela não possa tombar, cair ou ser pisoteada por ninguém.
  • Não coloque a gaiola numa garagem, pois fumaça de carro pode ser prejudicial ou fatal para porquinhos-da-índia, além de ser um ambiente em que a temperatura varia muito drasticamente.
É melhor adotar mais de um porquinho-da-índia para que eles não se sintam isolados. Na natureza, esses roedores vivem em bandos, e portanto sentem falta de companhia. Dedique algum tempo a eles todo dia. Animais sociáveis que passam muito tempo sozinhos podem desenvolver depressão.
  • Você pode juntar numa mesma gaiola duas fêmeas, dois machos castrados ou dois machos que vivam juntos desde filhotes.
  • É possível deixar um macho e uma fêmea juntos, mas fique ciente da possibilidade de eles acasalarem. Caso você suspeite que a fêmea está prenha, separe-a do macho e peça instruções ao seu veterinário.

Dê muita água ao seu porquinho-da-índia. Todo animal de estimação precisa ter constante acesso a água fresca e limpa.
  • Mantenha o dispensador de água limpo e troque a água diariamente. O melhor tipo de dispensador é o suspenso, recomendado para porquinhos-da-índia e coelhos, que possui uma bolinha antes do bico. Também é possível colocar a água numa tigela, desde que ela nunca tenha sido usada por um cão e que seja rasa o suficiente para o porquinho alcançar. Contudo, pelo fato de o porquinho-da-índia ter o hábito de defecar e urinar na tigela, convém o uso de um dispensador suspenso.
  • Limpe o bico do dispensador com um cotonete frequentemente. Isso impede a acumulação de resíduos de comida (nos quais podem surgir colônias de bactérias) e de outros materiais que possam obstruir a saída de água.
  • Para limpar o reservatório de água, deposite um pouco de arroz cru e água limpa em seu interior, tampe o bico com o dedo e chacoalhe com força. O arroz deverá soltar os depósitos de algas das beiradas do recipiente.
  • Deixar a gaiola ao sol um pouco todo dia contribui para a proliferação de algas. Se você tem esse costume, cubra a garrafa com um pano opaco.
  • Não adicione nenhum produto, como pastilhas de vitaminas, à água. Além de não serem nutritivas para porquinhos-da-índia, o gosto que essas substâncias deixam pode fazer com que eles parem de beber água.

Sempre deve haver feno na gaiola do seu porquinho-da-índia. Ele é um animal pastador, ou seja, sem algo para pastar o tempo todo (como feno de rabo-de-gato ou de dáctila), seu sistema digestivo pode entrar em colapso. No entanto, as folhas secas podem furar os olhos do porquinho-da-índia, então apare todas as pontas duras ou afiadas!
  • Feno de alfafa só deve ser oferecido a fêmeas prenhas ou em lactação ou a filhotes de seis meses ou menos, pois contém nutrientes extras de que os porquinhos-da-índia saudáveis prescindem.
  • Feno de rabo-de-gato, de dáctila ou de erva-negra só devem ser oferecidos a porquinhos-da-índia com mais de seis meses. Nunca deixe a gaiola sem uma porção de feno.
  • Escassez de feno pode provocar a maloclusão (ou desalinhamento dos dentes), que, em alguns casos, só pode ser corrigida com cirurgia; e a hipomobilidade gastrointestinal (ou a falência do sistema digestivo), que é fatal na maioria das vezes.

Ofereça vegetais frescos ao porquinho-da-índia diariamente. Hortaliças devem ocupar cerca de 20% do cardápio — mas não ultrapasse essa cota, pois, em excesso, elas podem causar congestão e diarreia. Além disso, pergunte a um veterinário ou pesquise num site especializado em porquinhos-da-índia quais frutas e vegetais são seguros para eles.[7]
  • A dieta do porquinho-da-índia deve ser rica em vitamina C (uma vez que ele não a produz espontaneamente, e a deficiência dela pode provocar uma série de doenças).
  • Dentre os vegetais indicados para porquinhos-da-índia estão aipo, cenoura, tomates orgânicos, pepino, brócolis cru e espinafre em pequenas porções, milho, couve e ervilha. Limite a quantidade de certos tipos de vegetais que poderiam prejudicar o trato intestinal do porquinho-da-índia. Algumas frutas, como o morango e a maçã (sempre cortada em pedaços), são bons petiscos, mas devem ser servidas raramente devido a ácidos que podem ser prejudiciais ao roedor.
  • Se o porquinho-da-índia rejeitar os vegetais, corte-os em fatias ou pedaços pequenos. E lembre-se de que cada animal pode rejeitar certos alimentos por causa das suas preferências pessoais.
  • Alguns vegetais a se evitar são a alface americana, rúcula, qualquer hortaliça de folhas vermelhas, couve-flor, folhas de beterraba, batatas e rabanete.
  • Cada porquinho-da-índia precisa de aproximadamente 1 xícara de chá de vegetais por dia. Dividir essa quantia em duas porções ao longo do dia é uma boa solução, uma vez que ele é um animal pastador (ou seja, prefere comer várias refeições esporádicas do que uma grande).



Use ração com parcimônia na dieta do porquinho-da-índia. Quando saudável, esse animalzinho não precisa de ração ou de suplementos. No entanto, se ele estiver acostumado a comer ração, faça uma transição gradual desta dieta para uma mais saudável. Peça ajuda ao seu veterinário.
  • Quando estiver doente, o porquinho-da-índia precisa de ração de boa qualidade. A "Cavy Cuisine", da Oxbow, é indicada para bichos com mais de seis meses de idade; a "Cavy Performance", da mesma marca, para filhotes com menos de seis meses. Procure uma ração com baixa concentração de cálcio.
  • Não sirva a um porquinho-da-índia ração indicada para coelhos ou para outros animais — a proporção de vitaminas não vai ser aquela de que um porquinho-da-índia precisa, além de ser potencialmente prejudicial.
  • Se os grãos da ração forem muito grandes, verifique a presença de sementes na composição, com as quais o roedor pode engasgar. O formato dos grãos não deve variar e a fórmula da ração deve ser homogênea — sem pedaços coloridos, frutas, milho, entre outros.
Não dê outros alimentos a um porquinho-da-índia. Ração, feno, capim orgânico não tratado (como grama de jardim ou trigo) e vegetais frescos são tudo de que ele precisa. Qualquer outro tipo de comida pode pôr em risco a saúde do seu animal de estimação.


Fonte:
Wiki How

Porquinho da Índia
Wikipédia

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