Por que pessoas que testemunham uma tragédia nem sempre ajudam?


Elas podem estar sofrendo de uma síndrome conhecida na psicologia como Efeito Genovese – atualmente, mais chamada de Efeito Espectador. Ela acomete testemunhas de atos de violência, impedindo-as de intervir.
O nome vem do assassinato de Kitty Genovese, uma garota de 28 anos, em 13 de março de 1964, em Nova York. Durante meia hora, ela foi estuprada e esfaqueada. O criminoso ainda voltou à cena, dez minutos depois, para terminar de matá-la. Segundo os registros, 38 pessoas testemunharam o ataque – e não fizeram nada.
Quatro anos depois, os professores de psicologia John Darley e Bibb Latané analisaram o caso para tentar definir que causas e condições levam o indivíduo a decidir não ajudar o próximo. Em um dos experimentos, em uma sala fechada, um ator fingia passar mal diante da “cobaia”. Quando a cobaia estava sozinha, ela ajudava em 70% das vezes. Mas, se estava num grupo (com outros atores que sabiam do teste), a taxa de socorro caía para 40%. Ou seja, quanto mais pessoas testemunhando o problema passivamente, maior a chance de a passividade continuar.

Em 2007, investigações retomaram o caso de Genovese e concluíram que a apatia não foi tão intensa assim. A quantidade real de testemunhas era, no máximo, metade do que havia sido registrado. A maioria apenas escutou o ataque, sem conseguir definir onde ele estava acontecendo e, por isso, não pôde ajudar. E ao menos uma pessoa chamou, sim, a polícia.
O Efeito Espectador, porém, segue sendo estudado na teoria – e ocorrendo na prática. Estudiosos acreditam até que celulares ampliaram o problema: agora, as pessoas preferem fotografar e filmar, em vez de ajudar.
Fonte:
Mundo Estranho

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